O investimento em arte sempre foi restrito a um pequeno nicho de apaixonados pelo tema. Há alguns anos o mercado financeiro começou a enxergar esse nicho com outros olhos e criou uma série de fundos de investimento com a arte como protagonista.

Não foi só a arte que entrou na mira do mercado financeiro, a música, o design, o vinho e até revistas em quadrinho viraram ativos para alguns fundos de investimento.

O primeiro fundo de investimento em arte surgiu na década de 70 com o British Rail Pension Fund que investiu 70 milhões de dólares em 2500 objetos de arte.

Apesar de pouco popular os fundos de investimento em arte sempre obtiveram bons resultados. O maior problema desse tipo de investimento é a especificidade na qual ele atua e a dificuldade em ter previsibilidade de ganhos futuros.

Fundos de investimento

Os fundos de investimentos normalmente são geridos por instituições do setor financeiro. O responsável pela gestão é um profundo conhecedor da arte. Provavelmente ele está inserido nesse ambiente desde muito cedo ao mesmo tempo se profissionalizou no mercado financeiro.

Estrutura do fundo

Os fundos de investimento em arte são de natureza transacional. Eles normalmente geram retornos por compra e venda de obras de arte. No Brasil, os fundos de arte geralmente aderem à tradicional estrutura de fundo de hedge.

O fundo de hedge, ou hedge fund, é um fundo de investimento que adota estratégias mais arrojadas do que os fundos tradicionais. Ou seja, um fundo hedge possui mais liberdade para investir e alocar recursos como quiser, não precisa se limitar a políticas rígidas e limitações como nos outros fundos.

Um fundo de hedge tem como finalidade conseguir rentabilidades maiores do que os demais veículos de investimento. Logo, a liberdade de investir em ativos e estratégias diferentes acaba se tornando uma grande vantagem, já que o fundo fica livre para sempre buscar o retorno máximo para seus clientes.

Ou seja, os investimentos de um fundo de hedge podem ir desde operações de day trade com ações, aplicação em títulos privados até mesmo aquisição de imóveis e obras de arte.

Por apresentarem um retorno maior, a gestão desses fundos é executada por gestoras altamente especializadas, que normalmente se concentram em operações de alta complexidade no mercado.

Regulamentação

Os ativos de arte adquiridos por fundos não estão sujeitos ao mesmo nível de medidas de proteção ao investidor que os valores mobiliários e outros instrumentos financeiros, não existem muita regulamentação.

Vantagens e desvantagens

Os fundos de arte oferecem algumas vantagens aos investidores como:

– O valor da obra de arte não está correlacionado com os mercados financeiros tradicionais, assim propicia um bom ambiente para diversificar a carteira.

A arte não tem valor volátil. O valor da obra de arte dificilmente fica inferior ao seu último preço quando não houve erro de precificação.

A chance de valorização de determinados artistas é muito grande e em alguns casos bem rápido.

Uma grande desvantagem é a liquidez que não é muito alta. Nem sempre você consegue vender a obra no momento desejado. É um mercado bem específico que requer um planejamento prévio de venda.

Questões relacionadas a roubo ou preservação das obras não é problema uma vez que existe seguros e locais especializados para guardar a obra.

Como podemos olhar para o futuro?

À medida que o interesse no investimento por fundos de arte cresce vem surgindo novas soluções no mercado. O site Arthena é uma dessas novidades. A primeira plataforma de crowdfunding de capital que permite que os investidores agrupem seu capital em “coleções”, que são curadas por assessores especializados em arte. O investimento mínimo é de US $ 10.000. Um investimento bem mais acessível que o tradicional que começa com US $ 100.000.

Um empresa nacional que se especializou em fundos de hedge e que traz grande retorno a seus clientes é a Hurst Capital. Empresa do setor financeiro que oferece investimento em arte a partir de 10 mil reais. A Hurst também trabalha com música, vinho e muitos outros ativos alternativos que trazem grande retorno quando dão certo.

E para concluirmos, o fundo de investimento em arte vem crescendo em todo mundo. A arte tornou-se um investimento estável e o ativo ideal em épocas de crise. Apesar da sua baixa liquidez não tem alta volatilidade no seu valor o que torna um investimento seguro e pra médio e longo prazo.